O terceiro dia da semana de formação do Geração que Move deu início a um novo bloco dentro da programação. Se os dois primeiros dias tiveram foco em narrativas e produção de conteúdo, o segundo bloco traz para o debate a questão do direito à cidade. O objetivo é conectar as duas temáticas, dando ferramentas para que o adolescente líder do GeraMove possa criar vídeo-diários mostrando os desafios de jovens de favelas e periferias para acessar direitos na prática. Os convidados da noite foram o conselheiro tutelar Carlos Marra e a assistente social e tutora da Agência Mariana Xavier.
Carlos deu um panorama sobre o funcionamento do Conselho Tutelar, sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e sobre as redes de proteção garantidas por lei a crianças e adolescentes. Cria da Maré, ele também falou de sua trajetória até chegar ao Conselho Tutelar de Bonsucesso, o primeiro do Rio de Janeiro a ter todos os cinco conselheiros titulares oriundos de favelas. Carlos mostrou um trecho do filme Juízo, de Maria Augusta Ramos, para fomentar reflexão e debate sobre os direitos das crianças e adolescentes.
“Jovem, mulher preta, cria do Cesarão, assistente social, educadora”, disse Mariana, se apresentando no início de sua aula. Ela trouxe dados relativos à juventude, como o de que 77% dos 30 mil jovens de 15 a 29 anos assassinados por ano no Brasil são negros. A estatística foi retirada do Mapa da Violência e trazida por Mariana para uma discussão próxima dos adolescentes, com a lembrança de que todos os presentes eram periféricos, na maioria negros. A assistente social também apresentou serviços gratuitos a que jovens têm direito, como a Identidade Jovem, o Centro de Valorização da Vida (CVV) e programas de gratuidade dentro de instituições educacionais. Com as informações debatidas ontem, a jornada de direitos na cidade começará a tomar forma.
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